segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ex Ministro da casa Civil, José Dirceu publica arquivo em defesa do SUS



"Um dado curioso na pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre a qualidade dos serviços prestados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) nos oferece a oportunidade de observar com mais clareza os desafios que temos de enfrentar para melhorar a Saúde no país: quem não usa a rede pública é mais crítico ao desempenho do SUS do que quem é atendido.
Numericamente, o SUS tem uma aprovação de 30,4% entre aqueles que utilizaram o sistema público pelo menos uma vez nos últimos 12 meses, enquanto apenas 19,2% daqueles que não usaram o serviço no mesmo período o consideraram bom. Mantendo o mesmo período de comparação, 27,6% dos usuários da rede pública avaliaram o SUS como ruim, índice que salta para 34,3% entre os que usam apenas a rede privada.
Isso significa que todas as críticas feitas à saúde pública são mero preconceito? Não. Em qualquer demografia, a avaliação mais frequente foi “regular” —resultado que não pode ser considerado satisfatório por nenhuma das esferas de governo.
Porém, cruzando as avaliações de atendimentos específicos, e também as de avaliação da rede privada, percebemos que há, sim, um forte componente subjetivo entre as numerosas críticas feitas periodicamente ao SUS: o senso comum de que o serviço público não tem qualidade.
As principais reclamações de quem utiliza os planos de saúde privados, por exemplo, são os preços das mensalidades e o fato de que alguns procedimentos não estão incluídos nos planos, ou não são reembolsados pelos planos quando foi necessário fazê-los. O SUS, por outro lado, tem em seus principais elogios o acesso a todos os tratamentos e o atendimento feito de forma igualitária, sem distinções.
Ou seja, o SUS tem suas maiores qualidades exatamente onde estão os pontos fracos inerentes à cobertura oferecida pelos planos de saúde: a universalidade e a gratuidade. No aspecto prático, os problemas são muito parecidos, tanto na rede pública, quanto na particular. Enquanto os entrevistados apontaram que a primeira sofre mais com a falta de médicos, ambas têm problemas de demora para marcar consultas." (grifos meus)

José Dirceu64, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT
Fonte: Blog WS COM
Opinião:
O Sistema Único de Saúde - o amplo programa de
saúde pública brasileira que democratizou e universalizou o 
atendimento médico no Brasil, estendendo a cobertura de 
saúde gratuita e universal a todos os brasileiros - nasceu com 
a Constituição Federal de 1988. Representou, na época, uma 
revolução, atraindo olhares de admiração e incredulidade, 
pela ousadia de uma proposta que mudaria 
fundamentalmente o setor saúde no país. Será que há alguém que já tenha se esquecido como era humilhante quando não existia o SUS? O SUS é um modelo que impressiona o mundo todo. Nem a maior potência do mundo, os EUA possuem sistema semelhante, que universalize o atendimento para todas as pessoas, e que ofereça desde o simples internamento até o mais complexo tratamento. Precisa ser aprimorado? Sim, claro. Mas isso não implica em dizer que o modelo do SUS é falho. As demandas é que são muito grandes, e isso requer mais investimento (o que implica em dizer que precisamos de mais políticos sérios), sobretudo na medicina preventiva, o que diminuiria os altos gastos com a saúde curativa.
Trazendo a questão pra realidade de Saboeiro, gostaria de lembrar, por exemplo, que realizar uma simples ultrasonografia na gestação era privilégio dos ricos. Hoje, praticamente toda gestante do município realiza em média duas ultrasonografias. Atualmente também há uma grande demanda de consultas, cirurgias e exames especializados, sendo que a maioria são realizadas através do SUS. Então, não vejo motivos de dizer que o modelo SUS é inviável. Desconheço uma pólítica tão ética, coerente e eficiente quanto a do Sistema Único de Saúde brasileiro.


"
O SUS coloca o Brasil
num lugar único no mundo capitalista:
o país que acabou com a figura do indigente na saúde.
O Estado brasileiro, através do SUS, paga, literalmente,
paga por todo e qualquer serviço de saúde
- da aspirina que alguém recebe no posto de saúde ao transplante de órgãos -
e assim ninguém mais é objeto da caridade das centenárias santas casas
e nem de quaisquer outros serviços de saúde
que se dizem do campo da filantropia."

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